
Fotos: De cima para baixo: 1 – Carlos Gossel/
2,3 e 4 – WhatsApp
Tabatinga (AM) – Ontem, segunda-feira dia
(26/02) completou 27 anos da tragédia do Traíra aonde resultou com a morte de
três e nove militares feridos.
Os três militares mortos foram Sansão Ramos
Gonçalves, Aldemir Lopes Oliveira e Sidimar Fonseca Moraes e são homenageados em um monumento que fica junto ao quartel do Comando de Fronteira Solimões – CFSOL/8ºBIS.
O que é "Traíra"


O ataque foi efetuado por três escalões,
dos quais um, o de apoio de fogo, permaneceu na margem colombiana, enquanto os
outros dois, de assalto e de segurança, investiram o acampamento. Inicialmente,
com preciso fogo de atiradores de escol, foram eliminados os sentinelas da
hora, e a seguir, desen cadeado intenso fogo de armas automáticas contra as
instalações do Destacamento, cujos integrantes, surpreendidos, tentaram, sem
sucesso, reagir.
Em decorrência da ação, da guarnição de 17
homens, resultaram três soldados mortos e nove feridos. Morreram também dois
garimpeiros clandestinos colombianos que estavam detidos no posto aguardando
evacuação para Vila Bittencourt/AM.
Na finalização da operação, os
guerrilheiros colombianos apropriaram-se de estações rádio, munição, uniformes
e todo o armamento do posto, conduzindo todo o material para o seu território.
Aparentemente, não sofreram baixas. Portavam armamento automático HK 5.56 mm e
armas de caça calibre 12. Trajavam uniformes de cor verde claro e botas de
borracha do tipo "sete léguas". Faziam parte do comando atacante duas
mulheres identificadas como já tendo sido anteriormente presas no Destacamento.
A instalação do Destacamento Traíra foi uma
decisão do Comando Militar da Amazônia, autorizada pelo Sr Ministro do
Exército, Comandante da Força Terrestre, para fazer face à tumultuada situação
reinante na região da Serra do Traíra/AM, provocada pela presença de grande
número de garimpeiros clandestinos brasileiros e, principalmente, colombianos,
que para lá se deslocaram após a desativação das instalações da Empresa de
Mineração Paranapanema, que detinha o alvará de pesquisa aurífera cedido pelo
Governo Federal.
Em posteriores operações de inteligência
ficou comprovado que a guerrilha colombiana aliada a cocaineiros e garimpeiros
clandestinos colombianos, e também contando com o beneplácito de alguns índios
corrompidos pela narcoguerrilha na região, procuravam as regiões auríferas nos
antigos garimpos abandonados da Cia Paranapanema, a fim de obter recursos para
suas ações subversivas. Dessa forma, a ação da guerrilha colombiana foi
efetuada como uma represália à ação repressiva desencadeada pelo Destacamento
Traíra.
Há que se ressaltar que a atuação do
Destacamento Traíra, instalado sob a responsabilidade do então 1º Comando de
FronteiraSolimões/1º Batalhão Especial de Fronteira (1º Cmdo Fron-Solimões/1º
BEF), sediado em Tabatinga/AM, se limitava a uma ação específica de manutenção
da ordem, visando tão somente expulsar garimpeiros colombianos de volta ao seu
território, e impedir a vinda de garimpeiros brasileiros para a área, até que o
Governo Federal regularizasse a situação da lavra no local, provocada pelo
abandono da Empresa Parana panema.
O ataque das FARC contra o Destacamento
Traíra foi uma ação inesperada, covarde, traiçoeira e inusitada, em virtude da
missão que o Destacamento cumpria, e de nunca se ter tido notícia de fatos
dessa natureza, desde a instalação, na Amazônia, dos primeiros Pelotões de
Fronteira do Brasil.
A ação de 26 de Fevereiro de 1991 das FARC
no rio Traíra desencadeou o planejamento e a execução de uma operação conjunta
efetuada pelas Forças Armadas Brasileiras e Colombianas, denominada
"Operação Traíra". Esta Operação foi a principal conseqüência da
Reunião Extraordinária Regional Bilateral Brasil/Colômbia, com a participação,
pelas forças colombianas, de autoridades do Comando da IV División del Ejército
Nacional de Colombia, sediado em Vila Vicenzio/Col e, pelas forças brasileiras,
de autoridades do Comando Militar da Amazônia, sediado em Manaus/AM.
Depois disso as forças armadas
especialmente o Exército, potencializou sua força na Amazônia fazendo com que
se criassem bases em áreas de fronteira com o Brasil na região Norte
denominadas de pelotões assim como: Palmeiras do Javari, Vila Bittencourt,
Ipiranga, Estirão do Equador e Traíra.
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