#Tabatinga-AM - Um ano da morte de Vera Catique: Tristeza, saudade e revolta de seus familiares e amigos

7/11/2016, segunda-feira

Fotos: De cima para baixo: Edinelson Mota (Vera Catique)/Carlos Gossel (Os familiares de Vera Catique, Edna Catique, Zanei Catique, Zenite Catique, e amiga Isabel Sales, no cemitério municipal São Lázaro, na sepultura de Vera, no dia 2/11)

Tabatinga (AM) – No dia (2/11), quarta-feira da semana passada, dia dos Finados, completou um ano da morte de Vera Catique que assombrou Tabatinga pelo acontecido. E o blog Bocas e Notícias entrevistou a sua tia no momento em que estava velando a sua sepultura nesse dia. São os sentimos de saudade, tristeza e revolta da família, pois até o momento não foi descoberto o seu assassino, mas segundo a Polícia Civil constatou em seu laudo foi suicídio. Veja abaixo a entrevista com a tia de Vera Catique, Edna Catique, de 58 anos, e juntas se encontravam Zanei Catique, mãe, 64 anos, e Zenite Catique, tia, 66 anos:

"Hoje está fazendo um ano em que a Vera foi brutalmente tirada do nosso meio e até agora a gente não tem nenhuma resposta, a gente não tem nada assim que possa dizer "vai ter justiça". Então nós estamos esperando que a justiça faça alguma coisa, e quem trabalha com isso procure a verdade porque existe a verdade. A gente tem a certeza que ela [Vera] não se assassinou, ela [Vera] foi morta por alguém e nós não sabemos ainda a quem saber, e se a gente soubesse, certeza absoluta a gente já tinha mostrado. Nós estamos esperando a resposta da justiça, e já faz um ano e até agora nada, e isso dá revolta porque a gente vê não é só o caso da Vera, mas tem tantas outras que hoje eu soube que tem tantas outras mulheres que foram semelhantes, a mesma coisa aqui em Tabatinga, e que tão no esquecimento, mas uma coisa eu quero dizer que o caso da Vera Catique não vai ficar impune, não vai ficar impune mesmo que eu tenha que sair de Tabatinga e buscar justiça fora isso não vai ficar impune, isso não vai ficar impune não por que eu vou lutar até as últimas consequências, eu quero a verdade, que a verdade apareça e a verdade vai aparecer, eu tenho certeza. Em breve nós estaremos não felizes, mas a gente está lutando pela verdade porque vai nos acalmar a maldade que fizeram com a minha sobrinha, porque ela não merecia morrer desse jeito. Ela estava muito feliz. Ela não tinha motivo pra fazer isso com ela como foi suspeito, falado pela perícia, o laudo com suspeita de suicídio, isso jamais iria fazer porque no dia primeiro ela conversou comigo e ela colocou os planos dela, nós fizemos os nossos planos, ela ia pra Manaus, ia fazer o mestrado, uma pessoa que pensa em fazer o mestrado vai amanhecer morta num dia?? Não tem como, né?? Não tem como?? Uma pessoa em que pensa em se casar de novo, construir uma família, vai amanhecer morta no outro dia?? Não tem! Não existe isso, né!? Então eu tenho certeza absoluta que ela não fez isso com ela, e foi tirado cruelmente, não só ela. Essa pessoa que matou a Vera fisicamente não matou só ela nos matou espiritualmente porque hoje a gente não tem paz por eu saber que alguém está aí, talvez rindo de nós, mas a gente sabe! Todos os dias, não tem esse dia, que nós não choramos derramando lágrimas nós sentimos a sua falta. A gente já perdeu familiares mais a gente ficou conformado porque vimos que foi Deus quem tirou, foi morte natural, mas ela não, ela não foi morte natural. Ele não matou somente ela, mas matou nós, todos nós, e nós todos os dias choramos em cima de sua falta, e pior que também tiraram seu filho do nosso meio, nós não temos nenhum momento para estar junto com ele, isso que dói mais!! Não poder cheirar, abraçar, nada!!"

Blog BN: O que ela [Vera] significava para a senhora??

"Tudo, era uma companheira, era uma sobrinha, era como se fosse uma filha porque desde os nove anos ela veio pro nosso meio, minha mãe e meus pais estavam vivos e daí ela ficou com a gente, ela era tudo, era minha amiga, era a pessoa que me ajudava, que chorava junto comigo quando a gente tava precisando chorar, que viajávamos, que vivíamos momentos felizes também, ela era tudo para mim. Me ajudava, resolvia as coisas que eu não sabia a gente era muita amiga, ao invés de ser só sobrinha a gente era muita amiga. Tudo que ela iria fazer nunca ela fazia se ela não participasse comigo. Pra te ver de tudo que ela fazia quando ela ia reconstruir a vida dela o rapaz veio pedir de mim em casamento, primeiro de mim, a mãe dela nem sabia, ela veio comigo, chamou, e ele veio, falou, pediu de mim em casamento."

Blog BN: E a saudade que a senhora sente dela [Vera] ?

"Não tem tamanho, não tem explicação. É grande demais. A gente mora lá, eu estou aonde ela morava. Cada canto daquela casa a gente a sua presença. Eu sei que ela [Vera] está feliz, eu sei que ela não está sofrendo que eu tenho certeza, mas a ausência que faz nós sofrermos. As pessoas que conheciam a Vera mesmo, que conviveram com a Vera, sabem que ela jamais ia fazer isso com ela e todos tem os mesmos sentimentos, de saudade e de revolta, todas as suas amigas tem sentimentos de saudade e de revolta por ainda não ter ainda feito a justiça", respondeu Edna Catique em prantos de choro.

Escrito na camisa de Isabel Sales, amiga de Vera Catique, "a injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos", faz reacender o sentimento de justiça a todos.

Veja a postagem da Vera Catique, a um ano atrás, no blog BN, no link http://bocasenoticias.blogspot.com.br/2015/11/tabatinga-am-mais-um-crime-barbaro.html

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