26/09/2015, sábado
Desenho: Carlos Gossel
Esta história tem início por volta
da década de 80, após o trágico acidente ocorrido no município de Tabatinga,
quando uma aeronave da empresa TABA (Transportes Aéreos da Bacia Amazônica),
com sede em Manaus, caiu nesta localidade.
O vôo de número 1907 partiu da
cidade de Manaus com 38 passageiros e 3 tripulantes. Fez sua primeira escala na
cidade de Eirunepé, onde ocorreu o embarque e o desembarque de alguns
passageiros. Dando prosseguimento ao plano de voo, a aeronave decolou com
destino a Tabatinga, onde faria mais uma escala e voltaria para Manaus (AM).
Era mês de maio. Nessa época do ano
é normal ocorrer friagem na Região Norte que também vem acompanhada de alguns
fenômenos de cerração.
Aproximando-se o momento do pouso, o
piloto foi informado pela torre de controle das más condições meteorológicas do
local, e que a pista estava fechada. O comandante da aeronave decidiu então
fazer voltas em torno do aeroporto, esperando a melhoria do tempo e ter
autorização para o pouso.
Porém, a aeronave veio a colidir com
uma torre de radiofrequência, utilizada pela aeronáutica para comunicação com a
cidade de Manaus. O choque da asa esquerda ocasionou uma explosão, espalhando
destroços por toda a área em frente ao aeroporto internacional de Tabatinga.
No acidente não houve sobreviventes.
Alguns meses depois, segundo relato
de moradores da cidade de tabatinga, houve a primeira aparição da “Loira do
Açude”.
Certa noite, um morador, retornando
do trabalho, voltava para sua residência no bairro da COMARA. Ao aproximar-se
do Açude, deparou-se com a figura de uma mulher bonita, loira, vestida de
branco. Ela perguntou se podia acompanhá-lo. Durante o trajeto não se iniciou
nenhuma conversa, pois a loira sempre o seguia à sua retaguarda. Nas imediações
da cabeceira da pista, olhou para trás e constatou que a mulher havia
desaparecido.
O fato causou medo e estranheza.
Posteriormente, o acontecido foi contado a sua família e vizinhos próximos.
Passados alguns dias, outro morador
que trafegava em seu carro Brasília de cor amarelo avistou uma mulher, acenando
e pedindo carona na área do Açude. Parou o veículo e aquela mulher loira e
bonita adentrou o carro, sentando-se no banco detrás. Prosseguiu em direção à
Banda de Música do 8º BIS. Ao olhar pelo retrovisor do carro, a belíssima
mulher havia desaparecido misteriosamente.
O mesmo relatou o fato para sua
esposa e familiares. Posteriormente, também aos amigos, e a partir de então a
notícia espalhou-se pela cidade, tornando hoje uma lenda local.
Desde então anda na boca do povo
tabatinguense os seguintes dizeres, quando se dirige à noite até a Comara:
“Olha a Loira do Açude! Cuidado com a Loira do Açude”.
A área do açude compreende-se pela
estrada da Comara, que liga ao restante da cidade de Tabatinga ao bairro da Comara e do
Umariaçú. Estes dois afastados da cidade. Estrada sem iluminação, muito escura,
somente o que lhe ilumina de noite são os faróis de carros e motos, não existem
moradores, e muitas mortes já ocorreram nesse local, como: pessoas afogadas no
açude, assassinatos e evacuação de corpos.
Texto retirado do Livro Tabatinga e
Suas Lendas, de Maria Auxiliadora Coelho Pinto e Cleuter Tenazor Tananta
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