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Blog de Tabatinga

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Corrupção nas eleições do Amazonas

Foto: Moneytimes.com.br

07/10/2024, segunda-feira

A corrupção eleitoral no estado do Amazonas, assim como em outras regiões do Brasil, apresenta características similares às práticas observadas em âmbito nacional, mas com algumas especificidades que refletem o contexto social, econômico e geográfico da região. No Amazonas, as eleições enfrentam desafios particulares, como o isolamento de algumas comunidades e a desigualdade socioeconômica, que tornam o processo eleitoral vulnerável a determinadas formas de manipulação.

### 1. **Compra de votos**:
A compra de votos é uma prática comum em eleições no Amazonas, especialmente em áreas rurais e comunidades ribeirinhas, onde eleitores podem ser mais suscetíveis a ofertas de bens materiais e favores em troca de votos. Em algumas localidades, a vulnerabilidade econômica facilita essa prática, com políticos oferecendo cestas básicas, remédios, combustível para barcos, ou até dinheiro em troca de apoio político.

### 2. **Uso da máquina pública**:
A utilização de recursos públicos em benefício de campanhas eleitorais também é recorrente no Amazonas. Há casos em que políticos no poder usam o aparato governamental, incluindo servidores e bens públicos, para favorecer suas candidaturas ou de aliados. Além disso, em cidades menores e isoladas, o controle das prefeituras por grupos políticos pode resultar no uso indevido da estrutura administrativa para influenciar o resultado das eleições.

### 3. **Caixa dois e financiamento irregular**:
No Amazonas, o uso de caixa dois em campanhas eleitorais também é uma preocupação. Esse tipo de prática envolve o financiamento não declarado e, muitas vezes, irregular de campanhas, por meio de doações de empresas ou indivíduos que não aparecem na contabilidade oficial. Esse dinheiro não declarado pode ser utilizado para intensificar campanhas, financiar transporte de eleitores e até mesmo pagar cabos eleitorais de forma irregular.

### 4. **Transporte irregular de eleitores**:
Devido às características geográficas do estado, com muitas comunidades localizadas em áreas de difícil acesso, o transporte de eleitores se torna uma questão sensível. Em alguns casos, candidatos ou partidos organizam o transporte de eleitores de maneira irregular, com a promessa de que, em troca do deslocamento, os eleitores votarão em um determinado candidato. Embora o transporte de eleitores em áreas remotas seja permitido em situações específicas, o abuso dessa prática pode configurar corrupção.

### 5. **Influência de lideranças locais**:
Em muitas áreas remotas do Amazonas, lideranças locais, como caciques, chefes comunitários e líderes religiosos, exercem grande influência sobre os eleitores. Em alguns casos, esses líderes podem ser cooptados por candidatos, recebendo benefícios em troca de mobilizar seus seguidores para votar em determinado político. Essa prática, embora sutil, pode ser uma forma de coação indireta, dificultando a livre escolha dos eleitores.

### 6. **Fraudes eleitorais e manipulação de resultados**:
A integridade do processo eleitoral em algumas áreas do Amazonas tem sido questionada ao longo dos anos. Em locais de difícil acesso e com menor fiscalização, há relatos de manipulação de resultados, como troca de urnas e fraudes na contagem de votos. Embora o uso de urnas eletrônicas tenha reduzido significativamente esse tipo de irregularidade, a logística desafiadora da região pode abrir brechas para tentativas de fraude.

### 7. **Fake news e desinformação**:
Assim como no restante do país, a disseminação de fake news tem crescido no Amazonas. A desinformação é usada para manipular a opinião pública, especialmente em áreas urbanas como Manaus. Com o aumento do acesso à internet, candidatos utilizam as redes sociais para espalhar informações falsas sobre seus adversários ou inflar sua própria imagem.

### **Casos notórios e ações da Justiça Eleitoral**
Nos últimos anos, houve diversos casos de investigação e denúncia de corrupção eleitoral no Amazonas. A Justiça Eleitoral, com o auxílio do Ministério Público Eleitoral, tem intensificado as ações de fiscalização e repressão a essas práticas, especialmente durante os períodos eleitorais. Alguns casos notórios envolveram a cassação de mandatos de prefeitos e vereadores, além de multas a candidatos por irregularidades.

- Exemplo de cassação: Em 2017, o ex-governador do Amazonas, **José Melo**, e sua vice, **Rebecca Garcia**, tiveram seus mandatos cassados por compra de votos nas eleições de 2014. A decisão veio após uma série de denúncias de que houve distribuição de benefícios a servidores públicos em troca de apoio político durante a campanha.

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