Foto: Carlos Soares/SSP-AM
18/09/2020, sexta-feira
Lançada pelo governador Wilson Lima para combater o
narcotráfico, a pirataria e os crimes ambientais na região do rio Solimões, a
Base Fluvial Arpão completa seu primeiro mês de atuação em Coari (a 363
quilômetros de Manaus). Nesse período, os policiais prenderam 27 infratores e
três adolescentes e efetuaram apreensões de entorpecentes e crimes ambientais
que totalizam prejuízo de mais de R$ 4,2 milhões ao crime organizado.
Durante as ações, foram retirados das mãos de traficantes
mais de 200 quilos de entorpecentes, entre maconha e cocaína, e apreendidos
mais de 8,3 toneladas de carnes de caça de animais ameaçados de extinção e
protegidos por lei, como pirarucu e jacaré. Além disso, foram apreendidos 50
ovos de tracajá e cinco quelônios. Foram aplicados multas por crimes ambientais
no total de R$ 676 mil.
Projeto inédito criado pela Secretaria de Segurança Pública
do Amazonas (SSP-AM), a base conta com um efetivo de policiais civis entre
delegados, investigadores e escrivães, militares dos batalhões especializados
da Polícia Militar do Amazonas, Polícia Federal, perícia criminal, Corpo de
Bombeiros, Força Nacional e servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Segundo o secretário de Segurança Pública, coronel Louismar
Bonates, nos primeiros 30 dias, a base Arpão conseguiu dar um duro golpe no
crime organizado, levando segurança aos ribeirinhos e moradores dos municípios
do Alto Solimões.
“Os resultados estão sendo excelentes, com prejuízo para o
crime, armas apreendidas, drogas e pessoas presas. A população de Coari e de
todo o Amazonas está sendo beneficiada com esse combate ao narcotráfico”,
afirmou.
De acordo com o comandante da operação em agosto, major
Marcelo Cruz, as revistas e abordagens utilizam cães farejadores, que são
especialistas em faro de narcóticos, além de mergulhadores que verificam o
casco das embarcações.
“Nós fazemos a revista em toda a embarcação, incluindo porões
e todos os passageiros. A gente verifica as cargas, enquanto o cão passa nas
bagagens. Temos os mergulhadores que vão por baixo da embarcação verificar se
tem alguma coisa ilícita, se foi colocado algo ali”, informou.
A equipe precursora da operação realizou um trabalho intenso
que mostrou resultados de forma rápida, segundo o major. “O resultado foi
bastante positivo, fizemos bastantes apreensões e a população, quando nos vê,
quando vê a base, tem esse retorno positivo. Os moradores agradecem e dizem que
a situação melhorou muito no Médio Solimões”, disse Cruz.
Para o comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar de Coari
(BPM), tenente-coronel Pedro Moreira, o policiamento especializado da Base
Arpão resulta em uma ação mais assertiva contra a criminalidade.
“A presença aqui da Base Arpão vai nos ajudar no combate ao
tráfico de drogas na cidade. Eu tenho visitado diversas comunidades, e é nítida
a sensação de segurança que os ribeirinhos demonstram, inclusive com
tranquilidade de navegar à noite, o que era uma situação muito difícil para
eles, pois não sabiam se iriam voltar para casa. Hoje eles já comentam que
podem transitar à noite, que podem sair para pescar”, explicou.
Integração
Criada pela SSP-AM, a Base Arpão atua de forma integrada com
efetivos das Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia
Federal, Força Nacional, Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do
Ministério da Justiça e Segurança Pública, e Ibama.
A ação ocorre em conjunto com a Operação “Hórus”, um dos
eixos do Programa Nacional de Segurança de Fronteiras e Divisas (Vigia), do
Ministério da Justiça.
A população pode contribuir com as ações por meio de
denúncias anônimas ao 181, o disque-denúncia da SSP-AM. O serviço funciona 24
horas por dia em todo o estado.
Balanço Base Arpão:
• Prisões: 27 adultos e três adolescentes
• Crimes mais comuns: tráfico de drogas e crime ambiental
• Drogas apreendidas: 200,7 quilos
• Multas: R$ 676 mil
• Armas de fogo: 6
• Dinheiro em espécie: R$ 46,7 mil
• Prejuízo ao crime: R$ 4,2 milhões
• Outros materiais: 8 toneladas de pirarucu, 300 quilos de
carne de jacaré, 3,2 quilos de carne de veado, 6,3 quilos de carne de paca,
22,5 quilos de pirarucu, 7,6 mil comprimidos de remédio abortivo, 172 ovos de
tracajá, cinco quelônios, uma draga, 40m³ de areia e cinco embarcações.
Com informações de assessoria
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