Foto: Divulgação / Ibama
27/09/2019,
sexta-feira
Estado teve recorde mensal
de focos de queimadas em agosto. Superintendente diz que convênio com governo
do estado permitirá melhorar fiscalização ambiental.
De
G1
O
Instituto Brasileiro do Meio Ambientes e Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
informou nesta quinta-feira (29/08) que a unidade do órgão em Parintins – a
única ativa atualmente no interior do Amazonas – será desativada até novembro
deste ano.
Com
o fechamento da unidade do Ibama em Parintins, as operações de fiscalização e
combate passam a ser do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam),
que já atua em outras áreas do estado onde o órgão federal deixou de agir.
Esse
termo prevê que o Ibama use os centros multifuncionais para combater crimes
ambientais no interior do estado, segundo o superintendente substituto, Leslie
Tavares. Ele esclarece que esses pontos serão utilizados somente quando houver
necessidade.
“É
lógico que ter estrutura física é importante, mas, para isso, o Ibama está
celebrando o acordo de cooperação técnica com o Ipaam para utilizar os centros
multifuncionais. Assim, de forma compartilhada, os agentes que precisem atuar
naquelas regiões do estado irão dispor de uma estrutura adequada. Assim,
entendemos que o Ibama, na verdade, está garantindo e ampliando sua
estruturação no interior e não utilizando uma estrutura dispendiosa”, disse.
“Vimos
que a estratégia antiga era custosa. Tem que pagar energia, internet,
faxineira. Com a estrutura física do Ipaam, se não tiver necessidade de usar, a
gente não usa. Se precisa, se usa. Mudamos por economia – economia e
estratégia”, disse.
Queimadas no Amazonas
O
anúncio vem em meio ao maior período de queimadas desde 1998, quando o Governo
Federal passou a fazer esse monitoramento. Agosto de 2019 já é o mês com maior
número de focos de queimadas no estado do Amazonas. Foram 6.145 focos
verificados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no estado até
esta terça-feira (27/08).
O
número de agosto deste ano supera o registro de todos os meses analisados desde
o início da série histórica. O recorde anterior era também um outro mês de
agosto, mas no caso o de 2005, quando foram detectados 5.981 focos ativos.
“Hoje
em dia, as estratégias de ação, o uso de inteligência e uso de tecnologias de
monitoramento dão mais resultado do que manter agentes lotados em municípios
conflituosos. Manter servidores nessa situação inibe suas atuações. Em muitas
vezes, [os agentes] vivem sob intimidação”, avaliou o superintendente.
Outras
bases
A
unidade de Humaitá está desativada desde de 2017, depois que uma ação de
vândalos destruiu o escritório e veículos utilizados por agentes no município.
Lá, um servidor dava apoio administrativo usando uma sala no Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Outra
base do Ibama em Tabatinga, cidade na fronteira do Amazonas com a Colômbia, foi
fechada em 2018. Leslie Tavares afirmou que, em áreas de conflito, o uso de
tecnologias de monitoramento apresenta melhores resultados.
Ainda
segundo Tavares, dezenas de bases do Ibama – que eram destinadas a cuidados de
unidades de conservação – passaram para o ICMbio ao longo dos anos. Entretanto,
o superintendente ressalta que as fiscalizações continuam.
“O
efetivo que se utiliza é de outros estados. O órgão é federal. Em geral, esse
efetivo é acompanhado da polícia ambiental, que sempre dá apoio. (…) Apuí, Novo
Aripuanã e Lábrea são fiscalizados por agentes de todo o Brasil. Não houve
diminuição da presença do Ibama porque não tinha base. A fiscalização vem
ocorrendo normalmente”, finalizou.
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