Fotos: Isabella Santos
Texto: Iris Brasil/ASCOM UEA
Tabatinga (AM) - Após quatro anos do Vestibular Especial
para o Curso de Tecnologia em Agroecologia da Universidade do Estado do
Amazonas (UEA) destinado às comunidades indígenas de Umariaçu, localizadas em
Tabatinga, a 1.105 km da capital Manaus, a primeira turma vai colar grau no mês
de outubro, no Centro de Estudos Superiores de Tabatinga (CESTB/UEA).
A turma é
composta por 32 alunos da etnia Ticuna, que utilizam os ensinamentos de sala de
aula como o manejo do solo, adubação orgânica e cuidados com a floresta em seu
dia a dia, aproveitando os conhecimentos tradicionais de sua comunidade.

Na sala de
aula
A aluna
finalista, Sara del Aguila, 21, reforçou a importância do aprendizado em sala
de aula e seu prosseguimento para gerações futuras. "No começo do curso
eu, pessoalmente, não tinha ideia do que era Agroecologia. Me interessei e com
o passar do tempo soube o que era e me identifiquei, até por sermos filhos de
agricultores. O que esse curso tem trazido para nós são ensinamentos bons. Nós
cultivamos a terra, plantamos e tem muito a ver com nossa vida. Eu e minha avó
temos plantado hortaliças com adubação orgânica e adubação verde. As plantas já
estão bem bonitas, resultado do que eu aprendi aqui", afirmou a estudante.
Outro
aspecto do curso é o estudo da geografia do território indígena de Umariaçu
ocupado pelos Ticunas que vivem em uma região de fronteira entre Brasil e
Colômbia. "Nosso objetivo é pensar como melhorar a produção, a logística
ou a transformação das matérias-primas das comunidades em um produto. Existe a
preocupação cultural que é o conhecimento que eles têm em relação à sua forma
de produção", complementou o coordenador Fábio Bassini.
Sobre a
graduação
Pensando nos
processos naturais, no agricultor e seu empoderamento, a agroecologia, para os
municípios do interior e comunidades tradicionais, tem um grande papel por ser
a alternativa ao agronegócio, que é uma produção do setor primário com vista ao
mercado, incorporando técnicas e insumos agressivos, como agrotóxicos,
inseticidas. A utilização de bioinseticidas, adubos verdes e orgânicos são
possibilidades de um manejo mais saudável.
Foram
ofertadas 40 vagas para os mais de 300 inscritos no curso que iniciou com aulas
preparatórias de Língua Portuguesa, informática e ciências naturais no segundo
semestre de 2015, para que tivessem uma base acadêmica. Assim, no início de
2016 os alunos inicializaram com as disciplinas de agroecologia.
Os 32 alunos
deste primeiro curso tecnológico destinado a indígenas estão inseridos em
projetos de extensão que os proporcionam a prática profissional, aliado ao
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
UEA
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