Foto: Reprodução do ofício-Circular nº
2/2018/ARS/DSEI/SESAI/MS, de 13 de setembro de 2018, de denúncia (de cima para baixo 1, 2 e 3) e carta dos
Ticunas de Belém de Solimões (de cima para baixo 4).
Tabatinga (AM) – O DSEI ARS denuncia às
autoridades governamentais, policiais, militares, políticas e de Justiça de
Tabatinga (AM) a violência que está ocorrendo nas aldeias indígenas do Alto
Solimões.
Um aumento considerado da violência entre
os indígenas faz acender o alerta para a situação preocupante em que essas
aldeias se encontram, entre mortes, estupros, suicídios, álcool e drogas os
principais problemas encontrados, há uma necessidade de ter uma polícia pública
de segurança voltada para essa situação.
Há um clamor por parte dos indígenas para
que se resolva essa situação preocupante que chega a se tonar um cenário de
guerra entre os indígenas, tirando a paz de todos e uma boa qualidade de vida.
Veja abaixo o ofício-Circular nº
2/2018/ARS/DSEI/SESAI/MS, de 13 de setembro de 2018, de denúncia, para as autoridades
competentes:
"Há vários anos o DSEI ARS vem denunciando o
grave problema envolvendo a segurança nas aldeias Umariaçú I, Umariaçú
II e Belém do Solimões, onde existe a fácil entrada e o uso indiscriminado de
alcool e outras drogas causando diversos problemas de saúde pública como:
suicídios; tentativas de suicídios; homicídios; estupros de crianças; violência
contra criança, mulheres e idosos; brigas entre galeras causando violências por
armas brancas e de fogo, ou seja, problemas absurdos que acomete a população de
bem que vive já de forma vulnerável e sem acesso à outras politicas que não
seja a da SAÚDE INDÍGENA ( presente em todas as aldeias sem descontinuidade).
Os indicadores causados pela violências são assustadores, o que levou-nos a
entrar nessa árdua luta de socializar com todos o grave problema que muitos ou
deixam de enxergar ou não querem enxergar a realidade a sua frente.
2. Em 2014 enviamos um relatório descritivo
e fotográfico para o Ministério Público Federal com as atrocidades
ocorridas e a partir daí tivemos uma série de ações como: duas marchas contra a
violências nas aldeias Belém do Solimões e Umariaçú;
Visitas do Procurador da República e Juíza
Federal in loco na aldeia Belém do Solimões ouvindo o clamor da população;
Recomendação do MPF para que a União e Estado garanta a segurança nas aldeias
inclusive com implantação de Posto Policial em Belém do Solimões; Determinação
pela Justiça Federal para que a a União e Estado garanta a segurança nas
aldeias inclusive com implantação de Posto Policial em Belém do Solimões e por
último CONDENAÇÃO pela Justiça Federal para que a União e Estado garanta a segurança nas aldeias inclusive com
implantação de Posto Policial em Belém do Solimões.
Além disso muitas outras ações foram
realizadas pela Policia Militar de Tabatinga de forma esporádica e pontual
também com nosso apoio logístico, como fazemos sempre a todas as instituições
que nos procuram e por saber da importância da ação, temos apoiado na
logística.
3. Mesmo com tudo isso ocorrendo e com
todas as autoridades cientes e mobilizadas, ainda assim não temos visto
melhoras e os problemas ocorrem todos os dias, onde a União e o Estado não
estão agindo de fato e muita violência vem ocorrendo nessas aldeias e o álcool
e drogas entrando de forma indiscriminada nas aldeias e por isso novamente a
aldeia Belém do Solimões vem pedir socorro na sua carta que enviou às autoridades " VENDAS RECORRENTE DE
DROGAS ILÍCITAS E BEBIDAS ÀLCOOLICAS NA COMUNIDADE INDÍGENA DE BELÉM DO SOLIMÕES,
FATO ESTE QUE TEM ATORMENTADO NOSSA COMUNIDADE, CAUSANDO DESTRUIÇÃO DE VÁRIAS
FAMÍLIAS, ONDE JOVENS AGRIDEM UNS AOS OUTROS, E POR VEZES CHEGAM ATÉ AGREDIR OS PRÓPRIOS PAIS E FAMILIARES " . "
IMPLORAMOS PARA QUE OS ÓRGÃOS COMPETENTES NOS AJUDEM DE ALGUMA FORMA A SANAR
ESTA PROBLEMÁTICA, SALIENTAMOS AINDA QUE TEMOS PROVAS EM MÃOS DOS ENTORPECENTES
ALÉM DOS NOMES DOS SUSPEITOS EM VENDER".
4. Por todo exposto acima e por ter a
responsabilidade sanitária da Saúde Indígena no Alto Solimões, o que se resume
ao cuidado de mais de 70 mil indígenas que moram em 233 aldeias ao longo do Rio
Solimões, solicito providências das autoridades listadas para que algo seja
feito em prol dessa população tão sofrida e que CLAMA POR SOCORRO.
5. No mais, reforço o comprometimento deste
DSEI e a parceria de algum modo para colaborar nesse pleito de um dia ver a
SEGURANÇA e o BEM VIVER nas aldeias indígenas de nossa região.
Atenciosamente,
WEYDSON GOSSEL PEREIRA
COORDENADOR DSEI ALTO RIO SOLIMÕES
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