Fotos: Google (Ilustrativas)
A Infraero desempenha papel logístico
essencial nas operações de Transporte de Órgão Vivo (TROV) por via aérea,
algumas delas em condições críticas para a realização de transplantes e o salvamento
de vidas. No Aeroporto de São Paulo/Congonhas, por exemplo, a ação começa a
partir do recebimento – por e-mail do Centro de Gerenciamento de Navegação
Aérea (CGNA, setor da Aeronáutica) – da Solicitação de Transporte Aéreo, que é
preenchida pela Central Nacional de Transplantes (CNT), subordinada ao
Ministério da Saúde, e dirigida ao Centro de Gerenciamento Aeroportuário (CGA)
e ao Centro de Operações Aeroportuárias (COA) da Infraero no terminal.
“A Solicitação de Transporte Aéreo traz
todas as informações necessárias para que possamos coordenar o atendimento no
aeroporto como empresa aérea, tipo de órgão transportado, rota, aeronave e
horário de chegada ou de partida, conforme estabelece o Memorando Circular nº
273/DOGP/2016”, detalha a coordenadora do CGA em Congonhas, Eliana Fiorezano.
“O transporte pode ocorrer tanto por voo regular quanto pela aviação geral ou
por aeronave da Força Aérea Brasileira (que nesse caso é tratado internamente
como Missão de Misericórdia)”, acrescenta.
As operações mais frequentes envolvem o
transporte de órgãos não sensíveis, como tecidos humanos e córneas, e são
realizadas em voos regulares. “No caso de órgãos críticos para transplantes,
como coração ou pulmão, o traslado para outra aeronave ou ambulância é sempre
feito pelo Pavilhão das Autoridades, que, por ser área restrita, permite
trabalho mais ágil e seguro”, explica o coordenador do COA, Mario Eduardo
Fernandes Ramirez. “O COA é responsável pela liberação de posição para a
aeronave, quer seja na área do Pavilhão, quer seja em ponte de embarque. Houve
um caso recente, em que o órgão veio em voo regular, que direcionamos à posição
1, a mais próxima do Pavilhão. O trânsito desses órgãos é sempre acompanhado
por profissional médico. A retirada é feita por helicóptero do Grupamento
Águia, da Polícia Militar, acompanhado de ambulância, para o caso de as
condições meteorológicas não permitirem o voo. O Centro de Operações de
Emergência (COE) também é acionado, para que pessoal e veículos envolvidos não
tenham contratempos no acesso ao aeroporto”, complementa.
A logística é um fator crítico para o
sucesso de um transplante. Cada órgão tem seu Tempo de Isquemia Fria (TIF). Ou
seja, o intervalo máximo em que pode ficar sem circulação sanguínea. O coração
é o órgão com menor TIF; já os rins, podem ficar até 24 horas sem ser
irrigados. O transporte precisa ocorrer em caixa térmica que mantenha
temperaturas entre 2 e 8°C. Abaixo disso, o órgão pode congelar, inviabilizando
o transplante. Impactos mecânicos também podem danificar o órgão.
“Monitoramos cada etapa da operação,
certificando-nos com cada elo participante de que tudo está transcorrendo
conforme o previsto, e reportamos ao CGNA”, assinala Eliana. “Acompanhamos
todos os casos que nos sejam notificados pelo CGNA. Porém, há casos que são
tratados diretamente entre o serviço médico, a empresa aérea e o cliente – por
exemplo, o de órgãos vivos destinados a estudos científicos. Independentemente
disso, orientamos as companhias aéreas a sempre notificarem seu representante
dentro do CGNA”, complementa.
Desde 2011 os órgãos para transplante são
transportados gratuitamente por cinco empresas aéreas – Latam, Avianca, Gol,
Azul e Passaredo – que assinaram termo de cooperação com o Ministério dos
Transportes, Portos e Aviação Civil. No primeiro trimestre de 2017, essas
empresas foram responsáveis por aproximadamente 88,5% (1.093 voos) da
movimentação de órgãos, tecidos e outros itens de apoio à captação realizada no
país. Nos últimos 12 meses, a FAB transportou 275 órgãos.
Texto: Paulo dos Santos
Com informações de assessoria da INFRAERO
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