Foto: Reprodução (O município tem o pior índice,
segundo a pesquisa da Firjan )
As cidades que não entraram no estudo por falta de informações foram Atalaia do Norte, Barreirinha, Careiro, Eirunepé, Guajará, Ipixuna, Itacoatiara, Jutaí, Lábrea, Maraã, Novo Airão, Parintins, Santa Isabel do Rio Negro, Tabatinga e Uarini.
Manaus – Pelo
menos 74% dos municípios do Amazonas estão com gestão fiscal difícil ou
crítica, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
(Firjan), divulgado na última quinta-feira, 10. Entre as cidades do Amazonas,
apenas a capital, Manaus, é considerada como tendo uma boa gestão fiscal. Os
dados se referem ao ano de 2016.
Segundo a pesquisa, 25 municípios do Estado
receberam conceito C, que equivale à classificação de ‘gestão em dificuldade’,
enquanto que 21 municípios receberam nota D, considerado uma gestão crítica. No
Amazonas, 15 cidades do ficaram de fora do levantamento, por terem sido
considerado municípios sem dados disponíveis.
A classificação foi elaborada com base no
Índice Firjan de Gestão Fiscal, que analisa as contas dos municípios com base
em dados enviados pelas prefeituras ao Tesouro Nacional. O indicador leva em
conta cinco critérios: capacidade de arrecadar sem depender dos repasses dos
Estados e da União, gastos com pessoal em relação ao Orçamento, suficiência de
caixa, capacidade de fazer investimentos e endividamento.
O município de Urucurituba é o com pior
índice, segundo a Firjan. A cidade da região do médio Amazonas teve índice
geral de 0,1650, numa escala que vai de 0 a 1. Em relação á capacidade de
arrecadar, Urucurituba acumulou índice de 0,0276, considerado crítica. A cidade
ficou com índice 0,0 no quesito liquidez, ou seja, suficiência de caixa.
As cidades que não entraram no estudo por
falta de informações foram Atalaia do Norte, Barreirinha, Careiro, Eirunepé,
Guajará, Ipixuna, Itacoatiara, Jutaí, Lábrea, Maraã, Novo Airão, Parintins,
Santa Isabel do Rio Negro, Tabatinga e Uarini.
Entre as cidades do interior, Itamarati (a 985 quilômetros a sudoeste de Manaus) foi qual mais de destacou com índice geral de 0,5747, considerado com dificuldade, mas próximo de 0,6, índice avaliado como de boa gestão.
Coari, o município com maior orçamento do
interior, é classificado com índice geral 0,2194, considerada como uma gestão
crítica. A cidade tem índice 0,0 no quesito gastos com pessoal, ou seja, a
cidade gasta muito com pessoal em relação ao orçamento. O município de Coari
tem melhor desempenho no quesito custo com dívida, 0,7627.
Para o presidente da Associação Amazonense
dos Municípios (AAM), ex-prefeito de Itamarati João Medeiros Campelo, o
principal motivo da dificuldade das prefeituras ainda é a crise econômica que
afetou o País a partir de 2014.
“Vou dar um exemplo de por que as cidades
estão com dificuldade. O município de Itamarati recebeu de ICMS bruto em 2014
R$ 7,4 milhões. Já em 2016, a mesma cidade recebeu R$ 6,6 milhões, quase um
milhão a menos depois de dois anos. Todos os anos tem aumento de
salário-mínimo, de combustível, da merenda escolar, medicamentos, passagens
aéreas e fluviais, além de cimento. Isto vai engessando cada vez mais os
municípios brasileiros e, principalmente, os amazonenses que foram os que mais
sofreram com a crise, no que diz respeito ao ICMS”, afirmou.
Situação fiscal é crítica ou
difícil em 86% dos municípios do País
Entre as capitais dos Estados brasileiros,
Manaus aparece em destaque no levantamento da Firjan que mede a saúde
financeira de um município. A capital amazonense lidera o ranking , seguida da
cidade do Rio. O estudo aponta que situação fiscal é crítica ou difícil em 86%
dos municípios brasileiros.
No topo do ranking, Manaus foi avaliada com
conceito B no Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) 2016, mas “obteve conceito
A no IFGF Receita Própria graças ao esforço para o aumento da arrecadação”,
segundo o estudo.
Conforme o levantamento da Firjan, 715 prefeituras, equivalente a 15,7% dos municípios analisados, encerraram 2016 sem caixa para cobrir as despesas do ano anterior, entre as quais duas capitais: Campo Grande e Goiânia. O rombo deixado para os novos gestores que assumiram este ano somou R$ 6,3 bilhões.
Em relação aos gastos com os servidores,
575 municípios (12,7 %) descumpriram o limite de 60% da receita corrente
líquida estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal e gastaram R$ 1,8
bilhão a mais do que o permitido pelo teto. Macapá é a única capital nessa
situação. Com 52,7% dos municípios pagando acima do teto, Sergipe é o Estado
com mais municípios desenquadrados.
Álisson Castro / redacao@diarioam.com.br
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