27/8/2016, sábado
Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters
Da REUTERS
Rio de Janeiro - A Eletrobras abriu negociações com a Petrobras para tentar uma acordo
sobre uma dívida de mais de 5 bilhões de reais de distribuidoras de energia do
grupo junto à petroleira, acumulada pela falta de pagamento no fornecimento de
combustível para geração no Norte e Nordeste do país.
O presidente da elétrica estatal, Wilson
Ferreira Jr., disse em encontro com acionistas nesta terça-feira que essa
dívida é adicional a um débito anterior, de 8,5 bilhões de reais, que já havia
sido negociado entre as partes e vem sendo pago em parcelas pela companhia.
Segundo Ferreira, a negociação de agora
trata de um montante de aproximadamente 5,4 bilhões de reais, dos quais boa
parte relativa a distribuidoras da Eletrobras que atendem os Estados de
Amazonas e Roraima.
"Nós começamos a tratar na semana
passada... começamos a avaliar as alternativas para que a gente possa
obviamente quitar essa dívida", disse Ferreira a jornalistas.
"Ter um equacionamento de tempo que
permita às empresas pagarem. Que tenham garantias associadas a esse eventual
financiamento, que possam permitir à Petrobras utilizar esse crédito potencial
como algo que possa fazer sentido no fluxo de caixa dela", explicou.
Em paralelo, a Eletrobras aguarda uma
definição da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre valores que as
distribuidoras da Eletrobras poderão receber através de fundos setoriais ou do
Tesouro para bancar o custo do combustível utilizado para gerar energia em
regiões isoladas do país, em repasses autorizados pela Medida Provisória
735/2016, atualmente em tramitação no Congresso.
O diretor financeiro da Eletrobras, Armando
Casado, disse que os 8,5 bilhões de reais em dívidas anteriores já renegociadas
junto à Petrobras estão sendo pagos em dia.
"Vem sendo cumprido rigorosamente
isso."
Venda por região
Os executivos da Eletrobras comentaram,
ainda, que a estatal estuda agrupar suas distribuidoras por região atendida
para facilitar a venda dos ativos, que a companhia já decidiu que serão
oferecidos ao mercado até o final de 2017.
O presidente da Eletrobras entende que a
venda agrupada por empresas do Norte e Nordeste, por exemplo, poderia dar mais
potencial ao negócio e atrair mais interessados.
"Existem algumas (distribuidoras) que
estão uma do lado da outra, que pela lógica de escala de mercado, essa pode
ser, sim, uma alternativa. Certamente é uma das alternativas que estamos
considerando... Parece ser muito viável. Esse é um negócio de escala",
afirmou Ferreira.
Segundo ele, o assunto será discutido e
empresas potencialmente interessadas deverão ser consultadas antes que a
estatal decida o modelo de privatização das distribuidoras.
A ideia de agrupar as empresas já havia
sido cogitada anteriormente pelo secretário-executivo do Ministério de Minas e
Energia, Paulo Pedrosa.
Na semana passada, o governo cancelou o
leilão da primeira distribuidora da Eletrobras na fila para ser vendida, a
Celg-D, de Goiás.
Mas a Eletrobras se empenha para retomar o
leilão ainda neste ano, segundo Ferreira. "O mercado colocou um conjunto
de questões em relação ao preço da Celg que será objeto dessa reavaliação que
será feita... A Celg é uma empresa preparada e operacional", disse.
Fonte: Exame Abril
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