05/03/2016,
sábado
Desenho:
Blog Mistérios da Amazônia
Antigamente,
em uma pequena comunidade, próxima à cidade de Tabatinga, morava uma família,
constituída pelo pai, pela mãe e pela única filha.
Quando essa filha entrou na adolescência, o pai faleceu. Com isso as coisas ficaram difíceis, não havia quem fizesse os trabalhos pesados, quem fosse pescar ou caçar, e também não havia vizinhos por perto.
Quando essa filha entrou na adolescência, o pai faleceu. Com isso as coisas ficaram difíceis, não havia quem fizesse os trabalhos pesados, quem fosse pescar ou caçar, e também não havia vizinhos por perto.
Assim,
levavam a vida em frente. Quase não saiam de casa, principalmente a filha que
ajudava nos afazares domésticos e nas plantações. Além dos produtos da roça,
tiravam o sustento também de um lago que fica perto de casa.
Certo
dia, a jovem começou a sentir-se mal. Teve náuseas, cólicas, tonturas e
mal-estar em todo o corpo. A mãe ficou preocupada com os sintomas que a filha
apresentava.
Com o passar
do tempo, a barriga da jovem começou a crescer.
- Por
aqui não existe homem algum, minha filha. Como é que você aparece com essa
barriga, engravidou de quem?
A mãe
insistia:
- Com
quem você andou, minha filha?
- Mãe,
não andei com nenhum homem.
Meses depois,
a jovem entrou em trabalho de parto. Com isso aumentou ainda mais a preocupação
da mãe, por não ter ninguém para pedir ajuda.
Com
imensa coragem, ela mesma fez o parto de sua filha. Ao nascer o bebê, coisa
incrível, a mãe se assustou, pois não era uma criança, e sim uma cobra. Como
era sua neta, mesmo em forma de cobra, colocou-a em uma cuia, para
aconchegá-la. Cuidou bastante dela, dava-lhe água, comida. Quando a cobra não
coube mais dentro da cuia, resolveu soltá-la no lago que havia perto de casa. E
continuava a tratá-la.
Quando
atingiu o tamanho adulto, começou ajudar a família a pescar. Se a mãe precisava
de peixes, dava três toques na cuia, imediatamente a cobra esvaziava a água do
lago, ela retirava o peixe que desejava. Esse ritual acontecia praticamente
todos dos dias.
Certo
dia, a mãe estava fazendo seu ritual de pesca quando apareceram três pescadores
que a ficaram observando. Após recolher os peixes, a mulher voltou para casa,
esquecendo a cuia no lago.
Os
pescadores então apanharam a cuia, e começaram a bater. Ao invés de o lago se
esvaziar, surgiu uma enorme cobra que devorou dois deles. O terceiro consegui
salvar-se. Saiu correndo desesperado, pedindo socorro. Ao chegar a casa, foi
recebido pela mãe e filha que estavam almoçando. Ao contar-lhes o que ocorrera
com seus dois companheiros, elas se apavoraram e resolveram sair daquele lugar.
E assim,
a cobra ficou sozinha no lago, e, até hoje , os pescadores ainda temem sua
fúria.
Texto
retirado do livro “Tabatinga e suas Lendas”, de Maria Auxiliadora Coelho Pinto
e Cleuter Tenazor Tananta, 2011.
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