24/09/2015, quinta-feira
Foto: Terras Caídas Carlos Gossel/ ColaboradorEBC/ CC
A moradora do bairro da Comara, Maria José da Silva Nunes, conta que a situação do desbarrancamento preocupa os moradores.
Por Otto Farias
O fenômeno "terras caídas", que ocorre no bairro da Comara e na comunidade indígena de Umariaçu, em Tabatinga (AM), está relacionado a própria erosividade da margem do rio, ou seja, o tipo de solo que compõe a região, que é frágil. A afirmação é do geógrafo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Paulo Almeida.
"Pelos relatos que a gente conseguiu coletar dos moradores próximos, isso é acentuado na seca, porque parece que pela enchente do rio o processo seria mais intenso, mas não é. Eles falam que cai mais quando o rio seca, então vem a questão: quando o rio enche o volume de água ele comprime suas margens, é uma a pressão hidráulica muito forte, além da correnteza. Mas, veja bem, se fosse isso só cairia pequenos degraus da terra, mas não é o que ocorre; cai blocos enormes", informou Almeida.
Além das duas áreas citadas pelo geógrafo, o fenômeno ocorre também próximo à pista do aeroporto do município. Por causa da situação, o prefeito de Tabatinga, Raimundo Carvalho, encaminhou para a Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República um projeto de construção de blocos de concreto, com o objetivo de conter a erosão na localidade.
"Entreguei em Brasília um projeto para construção de um muro de arrimo, muro de contenção da cabeceira do aeroporto e da Comara. A queda de barrancos vai prejudicar e, com certeza, esse tipo de aeronave que voa hoje", explicou o prefeito.
A moradora do bairro da Comara, Maria José da Silva Nunes, conta que a situação do desbarrancamento preocupa os moradores. "Tá caindo e preocupa. Eu saí dali porque estava muito próximo de casa e tive que sair porque colocava a vida de muitas pessoas em risco", disse Maria José.
A Defesa Civil de Tabatinga informou que já foram cadastradas mais de 20 casas atingidas pelo fenômeno tanto na área indígena como no bairro da Comara. Nove residências já estão sendo construídas para abrigar os moradores. A previsão é que sejam feitas mais 14 casas.
Fonte: Rádio Nacional do Alto Solimões
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