Foto: Wikipédia (Fairchild Hiller FH-227B
da Piedmont Airlines, similar ao avião destruído.)
Tabatinga (AM) – Ontem, terça-feira dia
(12/06) completou 36 anos do maior acidente aéreo do Alto Solimões que ocorreu
em frente ao Aeroporto Internacional de Tabatinga. Os tabatinguenses lembram com
muita tristeza do acidente que vitimou 44 pessoas.
O desastre aéreo de Tabatinga foi
um acidente aéreo ocorrido no aeroporto de Tabatinga em 12 de junho
de 1982, durante a realização de um voo da Transportes Aéreos Regionais da Bacia
Amazônica (TABA). O acidente, causado por uma sucessão de erros,
ceifaria a vida dos 44 ocupantes da aeronave.
Sobre a Aeronave
Com o sucesso do F-27 Friendship, a Fokker
desenvolveria em parceria com a Fairchild Hiller, uma versão alongada do modelo
em meados dos anos 1950 com o objetivo de oferecer um substituto para o Douglas
DC-3. Seriam construídas apenas 78 aeronaves, batizadas FH-227. Diversas
companhias aéreas do mundo operariam os FH-227, incluindo a TABA. Fundada em
1976, a TABA (Transportes Aéreos Regionais da Bacia Amazônica) crescia
rapidamente no início da década de 1980, impulsionada pelo monopólio de
exploração da aviação regional na Região Norte do país (através do Sistema
Integrado de Transporte Regional-SITAR). Para atender a demanda, a empresa iria
adquirir 8 FH-227 oriundos da Inglaterra. A aeronave destruída no acidente foi
fabricada em 1967, tendo o número de construção 536. Após voar por algumas
empresas inglesas, seria vendida em junho de 1981 para a TABA.
Sobre o acidente
O Fairchild Hiller FH-227 da TABA, prefixo
PT-LBV, decolaria às 5h30min do aeroporto de Eirunepé. A aeronave transportava
40 passageiros e 4 tripulantes e tinha como destino Manaus, com escalas
previstas em Tabatinga, Coari e Tefé. Após
30 minutos de voo, a tripulação receberia boletim meteorológico da
estação-radio deTabatinga, onde informava que devido ao denso nevoeiro, o
aeroporto local estaria operando apenas com instrumentos. Com isso, a
tripulação decide realizar a aproximação e o pouso através de instrumentos.
Pouco tempo depois, o radiofarol de Tabatinga sairia do ar repentinamente,
obrigando a tripulação do turboélice da TABA a realizar pouso através de
referências visuais. O mau tempo, porém, impedia a visualização da cidade de
Tabatinga enquanto que o combustível se esgotava.
Durante uma tentativa de pouso, a
tripulação usaria o rio como referência. Voando baixo para tentar avistar a
cabeceira da pista, o avião se chocaria com a torre do radiofarol do aeroporto
as 6h05min, que se encontrava encoberta pelo nevoeiro, indo cair no
estacionamento. O impacto com o solo causaria uma explosão forte que mataria
todos os 44 ocupantes da aeronave espalharia destroços numa área de 500 metros.
Por conta de um blecaute na cidade de Tabatinga, as notícias sobre o acidente
chegariam a Manaus várias horas depois. Por conta de problemas de comunicação,
a TABA chegou a comunicar aos parentes que havia sobreviventes. A informação só
seria desmentida horas mais tarde pela FAB, que enviaria a Tabatinga uma equipe
de investigação e legistas para identificação e liberação dos corpos. Entre os
passageiros mortos estavam:
- Expedito Barroso Alencar, prefeito de
Eirunepé, e o renomado gerente da antiga CELETRA AMAZON, Raimundo Paulo Araújo
da Costa, responsável pelo abastecimento da rede elétrica do município de
Eirunepé e também por outros municípios do baixo Juruá, os mesmos viajavam para
participar da convenção regional do PDS.
Sobre as investigações
As investigações relevariam que o desastre
teria sido causado por uma série de erros:
O horário de decolagem do aeroporto de
Eirunepé era previsto para as 5h00min, conforme o Horário de Transporte
Regional (HOTREG) emitido pelo Departamento de Aviação Civil, porém o
Ministério da Aeronáutica havia proibido operações noturnas no aeroporto. Para
não infringir o HOTREG e a ordem do ministério, a tripulação da TABA seria
orientada pela empresa a decolar assim que amanhecesse;
O radiofarol de Tabatinga, assim como sua
estação de rádio, sairia do ar por conta de um blecaute. Até a altura do
acidente, o aeroporto de Tabatinga não contava com grupo gerador para alimentar
suas instalações em caso de blecaute;
Pressionada pelas péssimas condições do
tempo e pela falta de combustível, a tripulação optou por tentar um arriscado
pouso em condições visuais no aeroporto de Tabatinga com poucas chances de
sucesso, quando poderia ter alternado para Letícia na Colômbia;
Sobre as consequências
Inicialmente restrito a poucas empresas, o
mercado da aviação regional na Amazônia receberia subvenções do governo federal
com a criação do Sistema Integrado de Transporte Regional (SITAR) em 1975. Assim,
pequenas empresas de taxi aéreo como a VOTEC e a TABA se transformariam em
pouco tempo em operadoras regionais. Essas empresas, porém, não cresceriam de
forma estruturada, endividando-se na compra de aeronaves e na contratação de
caros profissionais para tripulá-las e mantê-las. A delicada situação
financeira dessas empresas pressionava seus empregados em busca de resultados.
Atrasos e cancelamentos de voos não eram bem vistos e, assim, os tripulantes
trabalhavam para viabilizar viagens mesmo em condições técnicas e
meteorológicas adversas, que, somadas com as pressões exercidas pelas empresas
sobre as tripulações, potencializavam o risco de desastres.
O rápido crescimento da aviação comercial
na Amazônia não seria acompanhado pelas autoridades, que não investiriam
adequadamente na infraestrutura aeroportuária, cujas deficiências contribuiriam
significativamente na ocorrência de acidentes. Após o acidente, o aeroporto de
Tabatinga receberia dois grupo geradores e o horário de decolagens seria
alterado no HOTREG, restringindo as operações ao período diurno.
O acidente com o avião da TABA era o quarto
ocorrido naquela semana na Amazônia e seria ofuscado pela cobertura da imprensa
pelo acidente com o Voo 168 da VASP no Ceará, ocorrido poucos
dias antes.
Esse seria o mais grave acidente da TABA.
Posteriormente, outros acidentes evidenciariam as precárias condições de
operação e manutenção da empresa.
Com informações do Wikipédia
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1 Comentários
Eis uma publicação que fala de meu Pai, Raimundo Paulo Araújo da Costa, para quem não me conhece sou Ramon José Sampaio da Costa, filho de Raimundo Paulo. Hoje em 2022 completa-se 40 anos do acidente. Triste.... Meu contato (92) 99215-7470
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