Foto: Blog Tabatinga em Flash (Catedral
Santos Anjos) e Divulgação (Nota)
Tabatinga (AM) – A Diocese do Alto Solimões
emitiu uma nota à imprensa , segunda-feira dia (11/09), repudiando ao suposto
massacre dos índios isolados conhecidos com “Flecheiros” acontecido no mês de
agosto deste ano no rio Jandiatuba, no município de São Paulo de Olivença, no
Amazonas, distante 140,11 km de Tabatinga (AM) e 983,74 km de Manaus (AM), e
denuncia os prejuízos que a mineração provoca há anos no rio Jandiatuba, em
meio à Amazônia.
Veja abaixo a nota na íntegra:
“Os povos
indígenas têm o direito coletivo de viver em liberdade, paz e segurança como
povos distintos, e não serão submetidos a qualquer ato de genocídio ou a
qualquer outro ato de violência...”. DPI art 7º # 2)
A Diocese
do Alto Solimões, ao tomar conhecimento do suposto massacre dos índios isolados
conhecidos com flecheiros acontecido no mês de agosto deste ano no rio
Jandiatuba (São Paulo de Olivença), na Terra Indígena do Vale do Javari, e
envolvendo garimpeiros que trabalham no local, quer manifestar seu máximo
repúdio a este e a todo ato de violência para com nossos irmãos indígenas,
denunciar os prejuízos que a mineração provoca há anos no rio Jandiatuba e
lamentar o patrocínio pelo poder público federal à mineração em detrimento das
minorias, especialmente dos Povos Indígenas.
Pede que
o Governo federal assuma com firmeza seu papel constitucional e subsidiário na
política indigenista, respeitando e protegendo as terras demarcadas e
completando as demarcações na calha do Jundiatuba e garanta uma efetiva
proteção às áreas indígenas fortalecendo as bases de vigilância da FUNAI, que
nestes últimos anos sofrem com o descaso e os cortes de recursos.
Manifesta
seu total apoio ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal para que as
investigações iniciadas possam ter seu desenvolvimento e punam os suspeitos mandantes
e executores deste vil crime, auspicando que seja feita efetiva justiça.
Reafirma
com palavras do papa Francisco que “é preciso assumir a perspectiva dos
direitos dos povos e das culturas, dando assim provas de compreender que o
desenvolvimento dum grupo social supõe um processo histórico no âmbito dum
contexto cultural e requer constantemente o protagonismo dos atores sociais e
locais a partir da sua própria cultura” (Encíclica Laudato Si n. 144).
Agradece
as muitas manifestações de solidariedade e apoio de bispos e entidades que nos
chegaram nestes dias pelos diferentes meios de comunicação.
Nossa
Senhora Aparecida da Assunção, padroeira da Diocese, interceda e proteja a quantos,
pela ganância e sede de lucro de poucos, são ameaçados e desrespeitados em seus
direitos.
Tabatinga,
11 de setembro de 2017
Dom
Adolfo Zon Pereira
Bispo
de Alto Solimões – AM
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