A já conhecida plataforma tridimensional do globo terrestre
agora no celular com imagens tipo Street View de comunidades no meio da
floresta
Vinicius Leal
São
Paulo (SP)
Viajar por territórios e
regiões da Amazônia sem sair da frente de um computador ou de um celular,
percorrer comunidades e paisagens da Amazônia de forma tridimensional, como se
estivesse no local, e poder assistir a uma série com conteúdos exclusivos sobre
populações, povos e culturas amazônidas em apenas um clique. Essa é a proposta
do novo Google Earth, o Google Earth Amazônia, a já conhecida plataforma 360°
do globo terrestre, mas agora com novo layout, feita especialmente sobre a
região e disponível para smartphones - antes só era acessada por desktop.
O novo programa/aplicativo,
lançado na manhã desta terça-feira (11/07) na sede da Google Brasil, em São Paulo
(SP) - com a presença da imprensa e de famosos como os atores Cauã Reymond e
Juliano Cazarre, e do chef de culinária paraense Thiago Castanho - permite
navegar pelas entranhas da Amazônia, pelos lugares mais longínquos da região,
como se estivesse no Google Street View, com imagens em alta resolução de
florestas, comunidades, lagos, rios, etc. Além da visualização tridimensional,
o novo Earth também permite adquirir informações extras, dados, mapas e números
sobre a Amazônia ou nunca antes divulgados ou que eram de difícil acesso sobre
povos e culturas da região.
Essa série de
conteúdos exclusivos, chamada "Eu Sou Amazônia", é formada por 11
vídeos dirigidos pelo cineasta Fernando Meirelles e produzidos pela O2 Filmes,
contando 11 histórias interativas, em três diferentes idiomas (português,
inglês e espanhol) abordando diferentes aspectos de culturas e populações de
comunidades indígenas e quilombolas residentes nos mais de 5 milhões de
quilômetros quadrados de Amazônia. Cada história captura questões importantes a
respeito da região, como clima e suas mudanças, territórios e disputas, água e
preservação, alimentos e recursos naturais, conhecimento tradicional e
história, inovação e ciência, resistência e empoderamento, desmatamento, entre
outros.
Vigilância da região
Além do benefício de poder navegar pelos lugares
mais longínquos da Amazônia, a nova plataforma permite, ao mesmo tempo, que as
próprias populações da região utilizem a interface para monitorar, em tempo
real, territórios inteiros.
"Para nós a nova plataforma ajudou a conhecer
melhor o nosso território e a mobilizar a juventude para também conhecer o
nosso território, contra ameaças, contra madeireiros, mineradores e
fazendeiros", disse Rogério Pereira, do quilombo Aracua de Cima, no Pará.
"Mesmo nossas terras sendo tituladas, certificadas, a gente não tinha
conhecimento de como era o nosso território visto de cima. Conhecíamos por
baixo, mas bem pouco. Com essa ferramenta, nós conseguimos identificar como
estão as nossas terras, como era antes e como está hoje".
"Estamos
aqui para mostrar como o uso da tecnologia é importante para manter a cultura
do nosso povo e mostrar a nossa cultura para o mundo", afirmou Joks Cinta
Larga, indígena da comunidade Cinta Larga, em Rondônia. "Usamos
a plataforma para as futuras gerações e para os mais antigos que não têm
acesso à tecnologia, mostrando como é importante a gestão do nosso
território e mapeando locais que achamos importantes, por exemplo, onde a gente
tem nossa roça tradicional, onde tem caça e pesca e onde podemos fazer
vigilância contra madeireiros e garimpeiros, para proteger o nosso
território".
Pelo PC e no celular
Para acessar o novo Google Earth Amazônia e viajar
em uma jornada profunda por mapas, vídeos, áudio e realidade virtual 360°, o
usuário deve entrar em g.co/EuSouAmazonia através de desktops e também
dispositivos móveis, ou acessar lojas virtuais. O novo dispositivo ainda não
está disponível para sistema operacional iOS.
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