Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil (Senadores aprovam texto principal
da Reforma Trabalhista)
"Nós não podemos, no afã de estabelecer um discurso de modernização
e de flexibilização, abrir não de direitos conquistados e que são inalienáveis
do trabalhador", afirmou o senador Eduardo Braga
Álisson Castro
Manaus – Os senadores pelo Amazonas Eduardo Braga (PMDB)
e Vanessa Grazziotin (PCdoB) votaram, nesta terça-feira (11/07), contra a reforma
trabalhista proposta pelo governo do presidente Michel Temer. Omar Aziz (PSD)
votou favorável a aprovação da reforma, que altera em mais de cem pontos a
legislação.
O senador
Eduardo Braga disse, em discurso no plenário do Senado, que a reforma fragiliza
os direitos trabalhistas. “Nós não podemos, no afã de estabelecer um discurso
de modernização e de flexibilização, abrir mão de direitos conquistados e que
são inalienáveis do trabalhador e da trabalhadora brasileira. O direito da
amamentação, da gravidez, com segurança no trabalho, o direito da lactante
poder amamentar seus filhos em áreas seguras para a saúde delas e de seu filho,
não pode ser razão de transigência por parte deste Senado em nome de uma
urgência que o País precisa, mas que não pode quebrar o regime bicameral
estabelecido pela república brasileira”, disse o senador.
No discurso, Braga afirmou, ainda, que não se
pode retirar direitos conquistados. “Não podemos continuar fragilizando cada
vez mais algo que tem evitado que este País convulsione, porque um país que tem
14% de desempregados, um país que tem em uma de suas capitais, como a capital
do meu Estado, o Amazonas, nada mais, nada menos que 22% da população
desempregada, é um país para estar diante de uma convulsão social. E, se esta
convulsão, não está em curso, é porque há uma rede de proteção social que passa
pelo direito do trabalhador, que passa pelo Bolsa Família, que passa por
conquistas sociais que têm dado a estabilidade democrática que este País
precisa”, disse.
Em pronunciamento na segunda-feira, a
senadora Vanessa Grazziotin afirmou que a reforma trabalhista será um
retrocesso e que as mudanças vão beneficiar “meia dúzia” de banqueiros,
enquanto milhares de trabalhadores poderão ficar sem direitos.
Vanessa frisou que não é contrária ao
aperfeiçoamentos nas leis, mas disse que a reforma em análise no Senado, além
de prejudicar os trabalhadores, impede o desenvolvimento do País.
“Nós não temos aversão a reformas, mas
queremos reforma realmente modernizantes, reformas que ajude a melhorar a
produtividade no Brasil. E isto não está contido nesta proposta, é o
contrário”, disse.
Para tentar barrar a votação, a senadora
Vanessa ocupou, junto com as senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) Fátima Bezerra
(PT-RN) e Regina Souza (PT-PI), a mesa do plenário do Senado por sete horas. O
protesto levou o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que chegou
para comandar a sessão da reforma trabalhista e tentou conversar com as
senadoras, a suspender os trabalhos e a desligar todas as luzes da Casa.
Dispostas a ficar o quanto for necessário, as senadoras pediram, inclusive,
marmitas, que foram abertas na própria mesa. A reportagem não conseguiu ouvir
Omar Aziz. O senador também não fez discursos durante a sessão.
A reforma foi aprovada no plenário com apoio
de 50 parlamentares e 26 votos contrários. Agora, o texto que altera mais de
cem pontos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) segue para sanção
presidencial e a reforma passa a valer 120 dias depois.
Aécio Neves (PSDB-MG): SIM
Airton Sandoval (PMDB-SP): SIM
Alvaro Dias (PODE-PR): NÃO
Ana Amélia (PP-RS): SIM
Ângela Portela (PDT-RR): NÃO
Antonio Anastasia (PSDB-MG): SIM
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE): NÃO
Armando Monteiro (PTB-PE): SIM
Ataídes Oliveira (PSDB-TO): SIM
Benedito de Lira (PP-AL): SIM
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB): SIM
Cidinho Santos (PR-MT): SIM
Ciro Nogueira (PP-PI): SIM
Cristovam Buarque (PPS-DF): SIM
Dalirio Beber (PSDB-SC): SIM
Dário Berger (PMDB-SC): SIM
Davi Alcolumbre (DEM-AP): SIM
Edison Lobão (PMDB-MA): SIM
Eduardo Amorim (PSDB-SE): NÃO
Eduardo Braga (PMDB-AM): NÃO
Eduardo Lopes (PRB-RJ): SIM
Elmano Férrer (PMDB-PI): SIM
Fátima Bezerra (PT-RN): NÃO
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE): SIM
Fernando Collor (PTC-AL): NÃO
Flexa Ribeiro (PSDB-PA): SIM
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN): SIM
Gladson Cameli (PP-AC): SIM
Gleisi Hoffmann (PT-PR): NÃO
Humberto Costa (PT-PE): NÃO
Ivo Cassol (PP-RO): SIM
Jader Barbalho (PMDB-PA): SIM
João Alberto Souza (PMDB-MA): SIM
João Capiberibe (PSB-AP): NÃO
Jorge Viana (PT-AC): NÃO
José Agripino (DEM-RN): SIM
José Maranhão (PMDB-PB): SIM
José Medeiros (PSD-MT): SIM
José Pimentel (PT-CE): NÃO
José Serra (PSDB-SP): SIM
Kátia Abreu (PMDB-TO): NÃO
Lasier Martins (PSD-RS): SIM
Lídice da Mata (PSB-BA): NÃO
Lindbergh Farias (PT-RJ): NÃO
Lúcia Vânia (PSB-GO): ABSTENÇÃO
Magno Malta (PR-ES): SIM
Maria do Carmo Alves (DEM-SE): SIM
Marta Suplicy (PMDB-SP): SIM
Omar Aziz (PSD-AM): SIM
Otto Alencar (PSD-BA): NÃO
Paulo Bauer (PSDB-SC): SIM
Paulo Paim (PT-RS): NÃO
Paulo Rocha (PT-PA): NÃO
Pedro Chaves (PSC-MS: SIM
Raimundo Lira (PMDB-PB): SIM
Randolfe Rodrigues (REDE-AP): NÃO
Regina Sousa (PT-PI): NÃO
Reguffe (S/Partido-DF): NÃO
Renan Calheiros (PMDB-AL): NÃO
Ricardo Ferraço (PSDB-ES): SIM
Roberto Muniz (PP-BA): SIM
Roberto Requião (PMDB-PR): NÃO
Roberto Rocha (PSB-MA): SIM
Romário (PODE-RJ): NÃO
Romero Jucá (PMDB-RR): SIM
Ronaldo Caiado (DEM-GO): SIM
Rose de Freitas (PMDB-ES): SIM
Sérgio Petecão (PSD-AC): SIM
Simone Tebet (PMDB-MS): SIM
Tasso Jereissati (PSDB-CE): SIM
Telmário Mota (PTB-RR): NÃO
Valdir Raupp (PMDB-RO): SIM
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM): NÃO
Vicentinho Alves (PR-TO): SIM
Waldemir Moka (PMDB-MS): SIM
Wellington Fagundes (PR-MT): SIM
Wilder Morais (PP-GO): SIM
Zezé Perrella (PMDB-MG): SIM
D24am
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