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Blog de Tabatinga

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#Tabatinga-AM - Ataque ao EB no rio Traíra por guerrilheiros completa 25 anos em 2016

26/2/2015, sexta-feira

Dia 26/2/2016, 25 anos da tragédia do Rio Traíra

Foto: Carlos Gossel

Tabatinga (AM) - O Exército Brasileiro realizou nesta sexta-feira, (26/2), uma formatura em frente ao monumento erguido em homenagem aos "Heróis do Traíra", localizado ao lado do CFSol 8º BIS, na Vila Militar, que completou 25 anos do incidente neste ano de 2016, nesta data de 26/2.

Estavam presentes na solenidade o Comandante do 8° Batalhão de Fronteira do Alto Solimões, e autoridades civis e militares, nacionais e internacionais e familiares dos três soldados homenageados que morreram no ataque na base do Rio Traíra, Sansão Ramos Gonçalves, Aldemir Lopes Oliveira e Sidimar Fonseca Moraes.

O que é "Traíra"

Traíra é uma base do Exército Brasileiro localizado à margem do Rio Traíra, no Estado do Amazonas, foi atacada por cerca de 40 guerrilheiros por volta das 12h de forma surpresa, matando três soldados brasileiros e deixando nove feridos.

12:00 horas de uma terça-feira, dia 26 de fevereiro de 1991. Cerca de 40 elementos que se declararam guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias Comunistas (FARC) - Comando Simón Bolívar - Facção Força e Paz, realizam uma incursão em território nacional e atacam um Destacamento do Exército Brasileiro estacionado em instalações semi-permanentes, às margens do rio Traíra, fronteira entre o Brasil e a Colômbia.

O ataque foi efetuado por três escalões, dos quais um, o de apoio de fogo, permaneceu na margem colombiana, enquanto os outros dois, de assalto e de segurança, investiram o acampamento. Inicialmente, com preciso fogo de atiradores de escol, foram eliminados os sentinelas da hora, e a seguir, desen cadeado intenso fogo de armas automáticas contra as instalações do Destacamento, cujos integrantes, surpreendidos, tentaram, sem sucesso, reagir.

Em decorrência da ação, da guarnição de 17 homens, resultaram três soldados mortos e nove feridos. Morreram também dois garimpeiros clandestinos colombianos que estavam detidos no posto aguardando evacuação para Vila Bittencourt/AM.

Na finalização da operação, os guerrilheiros colombianos apropriaram-se de estações rádio, munição, uniformes e todo o armamento do posto, conduzindo todo o material para o seu território. Aparentemente, não sofreram baixas. Portavam armamento automático HK 5.56 mm e armas de caça calibre 12. Trajavam uniformes de cor verde claro e botas de borracha do tipo "sete léguas". Faziam parte do comando atacante duas mulheres identificadas como já tendo sido anteriormente presas no Destacamento.

A instalação do Destacamento Traíra foi uma decisão do Comando Militar da Amazônia, autorizada pelo Sr Ministro do Exército, Comandante da Força Terrestre, para fazer face à tumultuada situação reinante na região da Serra do Traíra/AM, provocada pela presença de grande número de garimpeiros clandestinos brasileiros e, principalmente, colombianos, que para lá se deslocaram após a desativação das instalações da Empresa de Mineração Paranapanema, que detinha o alvará de pesquisa aurífera cedido pelo Governo Federal.

Em posteriores operações de inteligência ficou comprovado que a guerrilha colombiana aliada a cocaineiros e garimpeiros clandestinos colombianos, e também contando com o beneplácito de alguns índios corrompidos pela narcoguerrilha na região, procuravam as regiões auríferas nos antigos garimpos abandonados da Cia Paranapanema, a fim de obter recursos para suas ações subversivas. Dessa forma, a ação da guerrilha colombiana foi efetuada como uma represália à ação repressiva desencadeada pelo Destacamento Traíra.

Há que se ressaltar que a atuação do Destacamento Traíra, instalado sob a responsabilidade do então 1º Comando de FronteiraSolimões/1º Batalhão Especial de Fronteira (1º Cmdo Fron-Solimões/1º BEF), sediado em Tabatinga/AM, se limitava a uma ação específica de manutenção da ordem, visando tão somente expulsar garimpeiros colombianos de volta ao seu território, e impedir a vinda de garimpeiros brasileiros para a área, até que o Governo Federal regularizasse a situação da lavra no local, provocada pelo abandono da Empresa Parana panema.

O ataque das FARC contra o Destacamento Traíra foi uma ação inesperada, covarde, traiçoeira e inusitada, em virtude da missão que o Destacamento cumpria, e de nunca se ter tido notícia de fatos dessa natureza, desde a instalação, na Amazônia, dos primeiros Pelotões de Fronteira do Brasil.

A ação de 26 de Fevereiro de 1991 das FARC no rio Traíra desencadeou o planejamento e a execução de uma operação conjunta efetuada pelas Forças Armadas Brasileiras e Colombianas, denominada "Operação Traíra". Esta Operação foi a principal conseqüência da Reunião Extraordinária Regional Bilateral Brasil/Colômbia, com a participação, pelas forças colombianas, de autoridades do Comando da IV División del Ejército Nacional de Colombia, sediado em Vila Vicenzio/Col e, pelas forças brasileiras, de autoridades do Comando Militar da Amazônia, sediado em Manaus/AM.

Depois disso as forças armadas especialmente o Exército, potencializou sua força na Amazônia fazendo com que se criassem bases em áreas de fronteira com o Brasil na região Norte denominadas de pelotões assim como: Palmeiras do Javari, Vila Bittencourt, Ipiranga, Estirão do Equador e Traíra.

Com informações do Site Defesanet

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