30/01/2016,
sábado
Foto:
Site No Amazonas é Assim (A Lenda do Boto)
Livro
de Flávia Savary.
1- A ORIGEM DA NOITE
O índio Uánham achou uma falha na criação: era dia atrás de dia, dia atrás de dia. Não havia noite para descansar. Por isso o índio resolveu procurar a Surucucu para poder comprar a noite.
O índio Uánham achou uma falha na criação: era dia atrás de dia, dia atrás de dia. Não havia noite para descansar. Por isso o índio resolveu procurar a Surucucu para poder comprar a noite.
A
ardilosa cobra conseguiu enganar o moço da primeira vez dando-lhe uma noite
pequena que não ajudou muito; mas quando o valente índio volta para a toca da
Surucucu com uma cabaça cheinha de veneno ela pegou uma mistura de jenipapo e
imundícies e criou a Noite Grande. É por essa razão que à noite, babamos,
ficamos com medo, resseca a nossa boca e acordamos com mau-hálito, mas nada que
um banho não resolva.
2- BAHIRA, O PAJÉ QUE ROUBOU O FOGO
No
passado não havia fogo na tribo dos Kawahiwas e o dia-a-dia das mulheres era
uma luta, então resolveram chorar suas mazelas junto ao pajé Bahira que
resolveu sair em busca do fogo. Sabia que quem o tinha eram os urubus, fingiu
então estar morte e quando eles se aproximaram pensando em banquetear-se Bahira
roubou o fogo e fugiu tão rápido que conseguir escapar.
Para
seu desespero entre a aldeia e o fogo ficava um rio bem largo e mesmo pedindo
ajuda a muitos animais só o sapo Cururu é que conseguiu levar o fogo para a
aldeia.
3 – QUEM MAIS AMEAÇA: CHUVA OU ONÇA?
Numa
noite, enquanto a tribo conversava sobre as lendas da noite, Jaguaretê, a onça,
os observava quando a chuva veio conversar com ela. E nesta conversa ficaram
discutindo quem é que os índios temiam mais: a onça ou a chuva.
A
onça rosnou o mais alto que podia e só conseguiu ouvir o comentário que seria
caçada quando o dia clareasse, mas quando a chuva com toda a sua força veio a
cair na tribo, afugentou a todos e a onça que a tudo assistia teve que dar a
pata a torcer e reconhecer que a chuva é a que os índios mais temiam. E é assim
até hoje.
4 – COMO NASCEU O GUARANÁ
No
tempo em que os bichos falavam, havia três irmãos, dois homens e uma mulher que
tinha o dom de cuidar da natureza, tornando encantado tudo que cuidava.
Um
dia a Surucucu para infelicidade dos ciumentos irmãos, fez a índia engravidar e
esta foi viver na floresta.
Quando
o curumim nasceu este ficava querendo comer as frutas do sítio dos tios. Até
que um dia ao roubar castanhas, acabou sendo morto. Então a triste mãe pegou os
olhos do filho e os plantou para virar a fruta que dá energia a todos que a
tomam: o guaraná.
5 – CURUPIRA E JUVENAL, O CAÇADOR.
Lá
pelas bandas do rio Solimões vivia um caçador que se gabava muito de suas
caças.
Um
dia encontrou o Curupira e quando lhe pediu o coração, este lhe entregou e
morreu. Passado um ano Juvenal volta à floresta e para sua surpresa encontra
vivo o Curupira que dá ao caçador uma flecha mágica.
Juvenal
ficou mais prosa, então os caçadores da aldeia o seguem e descobrem como ele
caçava, mas ao usarem a flecha esta volta como Surucucu e mata o caçador. Todos
na aldeia vão embora, menos Juvenal com a família e alguns outros. Até hoje
dizem que Juvenal vai para a floresta conversar com seu “avô” Curupira.
6 – MANI, A MANDIOCA
Há
muitas e muitas luas passadas, existia uma tribo que tinha o chefe mais bravo
que já existira. Ele tinha por filha a índia mais bonita da aldeia.
Um
dia a filha aparece grávida e desta gravidez nasce a mais linda menina que
antes de completar 1 ano já imita animais e até dança. E é adorada por todos.
Um
dia sem explicação, teve uma morte súbita. Chorou-se muito naquela aldeia e
enterraram a menina dentro de casa. Um dia perceberam que no túmulo nasceu uma
plantinha e vieram a descobrir que Mani, a menina, virara mandioca para sustentar todos na sua aldeia.
7- CEUCI, A VELHA GULOSA
Ceuci
era uma velha gulosa, feiticeira a quem a fome não dava trégua.
Um
dia o índio Anambé em suas pescarias a enfrentou e acabou sendo pego por ela.
Chegando em casa Ceuci deixou sua “pesca” e foi armar o moquém, para assar o
moço, enquanto isso a cunha filha da feiticeira salva o pobre índio e ele foge.
Ceuci saiu em sua perseguição, mas o esperto rapaz consegue com a ajuda dos
seus amigos animais, fugir e voltar para casa depois de muitos anos encontrando
o “colo” da sua mãe.
8 - A LENDA DA VITÓRIA-RÉGIA
Naiá
sempre desejou viver perto de Iaci, a lua, e virar uma estrela.
Toda
noite de lua cheia Naiá subia num monte e ficava sonhando acordada com o reino
da lua.
Muitos
guerreiros se candidataram ao posto de pretendente da moça, mas nada conseguiam
e desistiam.
Passaram-se
muitas luas e Naiá já não comia, nem dormia, então Iaci fez aparecer nas águas
claras de um igarapé a lua com toda sua beleza.
Naiá
não pôde acreditar e lançou-se do alto do morro sobre a água e afogou-se
A
lua, olhando do alto, sentiu o coração apertar no peito e para remedia a
situação transformou-a numa estrela, a vitória-régia,
que enfeita a noite com seu perfume e beleza.
9 – COBRA NORATO MARCHA SOLDADO!
Num
dia enquanto se refrescava no rio uma cunha, sentiu o roçar da Cobra Grande e
depois de nove meses, nasceram gêmeos. Mas não eram curumins: eram duas cobras
que receberam o nome de Honorato e Maria.
Honorato
era amigo do povo ribeirinho, enquanto Maria era malvada e por isso era chamada
de Maria Caninana.
A
todas as maldades da irmã, Honorato conseguia livrar seus amigos.
Honorato
à noite sempre visitava sua mãe; escondido num canto livra-se da pele de cobra
e virava um bonito moço. Numa dessas visitas a mãe conta-lhe que poderia ser
homem para sempre se encontrasse um rapaz valente que despejasse leite de peito
de moça parida na boca da Cobra Grande.
Honorato
muito procurou até que achou um rapaz fardado que o ajudou sem pensar e desde
esse dia, transformado em moço, ele decidiu ser soldado.
A
única memória que sobrou da vida de cobra é que, quando o ex-Cobra Norato
marchava, seu passo meio que serpenteava pelo chão.
10 – O BOTO
Luzia
era a moça mais linda daquela aldeia. Um dia foi a uma festa com seu irmão
caçula e ao dançar com alguns pretendentes, conhece um moço de branco, que não
tirou o chapéu nem para cumprimentá-la. Trazia todo galante, o presente perfeito
para uma menina-moça: um botinho. Ela agradeceu com um sorriso tímido, e ele a
conduziu para as margens do rio. À medida que se aproximavam do rio, Luzia só
ouvia as palavras molhadas do boto.
Se
Luzia tivesse ouvido a mãe saberia que estava caindo nas garras do boto, que
não tirava o chapéu para esconder os furos no alto de sua cabeça. Mas a
travessa moça, agora não dava ouvidos a mais ninguém. Para sua sorte quando ao
ser beijada pelo boto, surge seu irmão e outros homens da festa que matam o
boto e a salvam.
No
dia seguinte o que mais viam às margens do rio eram moças, umas prenhes, outras
já com o filho de colo, que desde o berço já usavam bonezinho para esconder o
buraco da cabeça. E junto a essas moças também chorava Luzia que custou tempo
pra se curar.
Fonte:
Site Info Escola
Veja mais lendas no Blog Bocas e Notícias colocando no "buscar" a hashtag #Lendas ou clique no marcador Lendas embaixo da postagem.
Seja
o primeiro a comentar
0 Comentários